Eritreia
Localização Geográfica
A Eritreia é um país localizado na África Oriental,
mais especificamente na região do “Chifre Africano”. Sua área é banhada a leste
pelo Mar Vermelho, fazendo fronteira com o Djibuti, a sudeste; com a Etiópia,
ao sul; e com o Sudão, a oeste. É o sétimo país mais jovem e um dos mais pobres
do mundo, com uma população de 5.580.000 pessoas que habita uma área de 117.600
km².
O relevo da Eritreia é marcado pela presença do Vale Rift, uma grande
falha geológica responsável por dividir o território eritreno em duas grandes
regiões: uma desértica, com baixas altitudes, a leste, e uma zona de terras
férteis e altas a oeste. Outra divisão segmenta o território em quatro: as
colinas do norte e do centro-oeste, o Planalto Centro-Sul, os Planaltos
Ocidentais e a Planície Costeira do Mar Vermelho.
Apesar de se encontrar às margens do Mar Vermelho, a maritimidade não
exerce uma influência decisiva sobre o clima da Eritreia, região marcada pelas
grandes diferenças de altitude.
Clima
O clima árido e
semi desértico com temperaturas altas, embora moderadas, na costa com chuvas
muito escassas em todo o país. As temperaturas registradas na costa têm sido 40
graus centígrados de máxima.
Apresenta duas zonas
climáticas: terras altas com temperaturas frescas e chuvas de veraneios; na costa e
planícies interiores o clima é tropical muito caloroso.
Fauna e Flora
A flora varia
com a altitude. Em zonas de meia altitude há pastos e pradarias, nos cumes, a
flora alpina africana, como lobélia e arbustos. Nas zonas mais baixas
encontram-se bosques de regular importância, sicómoros e baobabs.
Nas zonas de
altitude mediana, ricas em água, a selva chega ao maior desenvolvimento, tanto
pela espessura como pela variedade de espécies. Por último, na planície aparece
a savana, caraterizada pelas acácias umbelíferas.
Quanto à fauna
distinguem-se os dromedários, macacos e antílopes, além de numerosas espécies
aquáticas.
História
Eritreia originariamente pertencia ao reino de Aksum.
O Império Otomano conquistou a Eritreia no século XVI. A Etiópia, o
reino Tigrai, o Egito e a Itália lutaram posteriormente
pela região. Em 1889, o país tornou-se colônia da Itália. Duas vezes a Itália
usou a Eritreia como base para invadir a Etiópia. Os britânicos dominaram a
Eritreia de 1941 a 1952, quando a região passou para a Etiópia. Os eritreus
logo começaram a batalha pela independência, conquistando-a em 1993.
Uma guerra que se prolongou por mais de 30 anos com a Etiópia devastou o
país, deixando aproximadamente 100 mil mortos e 350 mil refugiados. Os dois
países travaram outro confronto em 1998 disputando áreas fronteiriças, e
chegaram a um acordo de paz em 2000.
Economia
Como as economias de muitas outras nações africanas, a economia da Eritreia é
largamente baseada na agricultura de subsistência, com 80% da população
trabalhando na agricultura ou na pecuária. As secas que invadem a região
criaram muitas dificuldades nas áreas agrícolas
O setor agropecuário é dificultado pela ausência de equipamentos e
técnicas agrícolas modernas, chuvas irregulares, solos esgotados, e falta de
serviços financeiros e investimento. Os princpais produtos agrícolas são:
a cevada, feijões e lintéis, produtos
lácteos, carne, milho, couro, sorgo, teff,
e trigo. O deslocamento de 1 milhão de eritreus como resultado da guerra
com a Etiópia, múltiplos anos em seca, e a presença generalizada de minas
terrestres têm desempenhado um papel importante no declínio da produtividade do
setor agrícola. Atualmente, quase um quarto das terras mais produtivas do país
permanece desocupada por causa efeitos nefastos da guerra com a Etiópia
(1998-2000).
A Etiópia nacionalizou as 42 maiores fábricas da Eritreia e,
sistematicamente, desmantelou o setor industrial eritreu durante a longa guerra
civil. No final da guerra, no entanto, toda a produção parou. A plantação foi,
geralmente, ineficiente, e muitas dessas indústrias requeriam investimentos
significantes para atingir a produtividade. Itens manufaturados em 2002
incluem: bebidas, alimentos processados, tabaco, couro, tecidos, produtos
metálicos, químicos, imprensa, minerais não-metálicos, materiais de
construção, sal, papel, e fósforos. O governo solicitou a
privatização destas empresas, e fez incentivos, tais como isenções
de imposto de renda, tratamento preferencial na concessão de divisas para
as importações, e provisões para remessa de divisas ao exterior. Em 2002, houve
aproximadamente 2 000 companhias manufatureiras operando no país.
A indústria petrolífera tem potencial, com os maiores
depósitos de petróleo situados debaixo do Mar Vermelho. Em 2001, a
companhia norte-americana CMS Energy assinou um acordo de exploração
com a Eritreia, pela exploração no Bloco Dismin, na parte nordeste do país.
Devido aos elevados custos de exploração, a única refinaria de petróleo do
país, em Assab, foi fechada em 1997. Ela tinha uma capacidade de refinar
18 000 barris por dia. A indústria de construção civil está crescendo, com
projetos que vão desde a construção e ampliação de usinas de energia, estradas,
aeroportos, barragens, restauração de portos marítimos, e a construção de
escolas e hospitais.
Refugiados do País
Um relatório das Nações Unidas fala de enormes violações dos direitos
humanos naquele país leste-africano. Nunca se realizaram eleições na Eritreia
desde a independência, em 1993, lê-se no mesmo documento.
Além disso, praticamente não existe liberdade de imprensa nem de
expressão na Eritreia. Nas cadeias do país encontram-se milhares de pessoas que
foram presas sem acusação formal.
Em Asmara, a capital da Eritreia, não é difícil encontrar jovens que
estão a considerar a hipótese de fugir, devido às dificuldades em levar uma
vida digna no país.
No mercado paralelo, um litro de óleo custa seis euros. Paga-se o mesmo
por meio quilo de massa. Um litro de gasolina custa três euros. O salário médio
raramente ultrapassa os 50 euros por mês. A frustração entre os cidadãos é
enorme.
População e Costumes
Eritréia tem uma população de 5 291 370
habitantes segundo o senso de 2009.
A capital do país é Asmara, uma das cidades mais européias, com uma
população de uns 400.000 habitantes. Os idiomas oficiais são o tigrinya e o
árabe; fala-se além outras línguas como o francês, italiano, tigré, bilen,
beja, saho e outras línguas étnicas.
Religião
Embora não existam estatísticas confiáveis, estima-se que a Eritreia
tenha duas religiões dominantes, o Islã e o Cristianismo, com
aproximadamente metade da população seguindo uma das duas religiões. a
última vive principalmente nas terras altas, enquanto os muçulmanos estão
concentrados nas áreas costeiras. Uma pequena porcentagem da população ainda
conserva crenças indígenas animistas.
Além disso,a Amnistia Internacional conclui existir um aumento dos casos
de atentados à liberdade religiosa neste país do Nordeste de África. Nos
últimos três anos, pelo menos 26 pastores e sacerdotes, cerca de 1750 membros
da Igreja Evangélica e dezenas de muçulmanos foram detidos pelo governo na
Eritreia. Muitos deles foram torturados e viram os seus templos serem
encerrados.
Festividades
O país segue o calendário juliano que têm 13 meses por ano. Guardam-se
as festividades próprias de cada religião, quer dizer, as festas cristãs e as
festas islâmicas mutantes segundo o calendário lunar. Em 24 de Maio celebra-se
o Dia da Independência, feriado nacional.
As principais tribos
O país é etnicamente muito diverso, com nove tribos predominantes: Afar, Bilen, Hadareb, Kunama, Nara, Rashaida, Saho, Tigré e Tigrinya. Quase 80% mora em zonas rurais, dos quais o 35% são nômades ou semi-nômades.
Os afares
Os Afares são perto de dois
milhões. Mais de metade vive no Leste da Etiópia. Cerca de 600 mil habitam no
Sul da Eritreia; outros 600 mil ocupam todo o Jibuti, e uma minoria – cerca de
60 mil – moram na Somália. Este povo permanece nestes lugares há pelo menos
2800 anos. Eles foram os que sofreram mais com a independência da Eritreia em
relação à Etiópia, e do Jibuti com respeito à Somália, porque esse facto
dividiu famílias.
A sociedade afar divide-se em duas
classes: os Asaemara são a nobreza, a classe dominante, os políticos, e os
Adaemara são o «povo».
A maioria é nômade. Vivem da
criação de gado: ovelhas, cabras, vacas e camelos. Alguns dedicam-se à extração de
sal.
Um afar para ser notável deve
cumprir dois requisitos: ser um guerreiro forte e vingador e ter gado. A
vingança é uma prova de honra e a maior demonstração de valor viril. As
mulheres afares desprezam os pretendentes que nunca mataram um homem. Elas
desejam alguém que ostente um bracelete de ferro, sinal indicador de que matou
dez inimigos. Por outro lado, um adulto que não tem gado é um homem de pouco
valor: ninguém dá importância à sua palavra. A opinião tem mais força e
dignidade consoante o tamanho do rebanho.
Todos os acontecimentos
importantes da vida social – nascimentos, iniciações, casamentos, alianças,
mortes e sucessões – implicam doações, intercâmbios ou sacrifícios de gado.
A iniciação dos rapazes é a
circuncisão e a das moças é a excisão (mutilação sexual feminina).
Os matrimônios são
monogâmicos em geral. Os mais ricos podem ter mais mulheres. As
jovens são dadas em matrimônio a partir dos dez anos. De preferência,
os noivos são primos. Os pais do noivo pagam o dote da noiva.
Os Afares constroem as casas com
estacas de madeira, erva seca e folhas de árvores. Tem um formato oval. As
camas são esteiras. Montar o acampamento é responsabilidade das mulheres.
Quando viajam, todo o material é carregado pelos camelos. Uma cerca com
espinhos rodeia o acampamento, para prevenir os ataques de animais selvagens ou
dos inimigos.
A carne, a manteiga e o leite são
os principais alimentos dos Afares. O leite é um ingrediente importante na
tradição da hospitalidade. Quando se dá leite quente a um hóspede, o anfitrião
assegura-lhe total proteção e se, porventura, ele for assassinado, a
sua morte é vingada como se fosse a de um membro do clã.
Os Afares converteram-se ao Islão
no século x, depois do contacto com os árabes. Todavia, mantém alguns
traços das religiões naturais. Por exemplo, creem que certas árvores
têm poderes sagrados. Em certos ritos ungem os corpos com uma espécie de
manteiga. Atribuem um grande poder aos restos mortais das pessoas e, todos os
anos, celebram a festa dos mortos, chamada Rabena. Muitos levam amuletos de
coro ao pescoço que contêm ervas e versos do Alcorão.
Bilen
Entre esse grupo étnico, o envolvimento é um caso de família. Os futuros
cônjuges não têm qualquer palavra em sua futura vida conjugal. Se por algum
motivo dois amantes se casam sem a permissão prévia de seus respectivos pais, o
garoto é obrigado a pagar uma certa quantia de dinheiro de mais de um boi para
o pai da menina.O candidato à união tem de cumprir os seguintes
requisitos:Mesma religião, relação de sangue íntima (na sociedade muçulmana),
nenhuma relação de sangue até sete gerações (na sociedade cristã), beleza,
riqueza e saúde.
O cereal mais comum entre este grupo étnico é milho. Este cereal é moído
por mulheres em moinhos.
O Bilen usa diário produtos como seu alimento
básico, especializada em coalhada. Isso ocorre porque a maioria dos membros desse
grupo étnico são fazendeiros que criam gado. Shiro é também um dos pratos
normalmente preparados. A carne é comida especialmente durante feriados tais
como o negdet (o aniversário dos padroeiros), a páscoa, o ano novo, etc. e em
algumas ocasiões raras em que o gado está a ponto de morrer para uma razão ou
outra eles são abatidos para a carne. Esta é uma prática comum entre a maioria
dos nove grupos étnicos eritreus.
Os membros do grupo étnico Bilen consomem uma boa
quantidade de frutas e vegetais e usam sésamo para cozinhar seus alimentos.
Curiosidades
Uma grande curiosidade sobre este país é a fato de em seu território ter sido encontrado os restos mortais humanos mais antigos do mundo, o que nos leva a crer que esta foi uma das primeiras regiões habitadas.
A arte da Eritréa, igual a literatura, não teve na antigüidade manifestações originais, pois cópia temas e motivos de outras civilizações. A pintura é a linguagem figurativa mais clara.
O país é chamado de Coreia do Norte da África por ter o regime mais fechado do continente e já foi considerada como a nação com mais censura no mundo
Referências
http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/eritreia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eritreia
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b0/Er-map.gif/260px-Er-map.gif
http://www.infoescola.com/africa/eritreia/
http://www.dw.com/pt-002/de-que-fogem-os-refugiados-da-eritreia/a-19191273
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/eritreia.htm
http://alunosonline.uol.com.br/geografia/eritreia.html
http://turismo.culturamix.com/internacionais/eritreia-asmara
http://www.ehow.com.br/tipos-comida-eritreia-fatos_209897/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Eritreia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Afares
http://www.audacia.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEykkpkkyllBVvoCIG
http://pt.linkupafrica.com/sites/default/files/styles/peoples-profile-slide/public/peoples_profile/youthSmile6.jpg
http://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/Eritreia/481242
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