O Zimbabwe (do xona Zimbabwe, "casa de pedra") ou, nas versões aportuguesadas, Zimbábue, Zimbabué ou, raramente, Zimbaué), oficialmente República do Zimbabwe, é um país da África Austral , anteriormente designado Rodésia do Sul e depois simplesmente Rodésia. É limitado a norte pela Zâmbia , a norte e a leste por Moçambique, a sul pela África do Sul e a sul e oeste pelo Botswana. A capital do país é a cidade de Harare.
HISTÓRIA
No final do século XIX, os ingleses, dirigidos
por Cecil Rhodes, começaram a
colonizar a região com o objetivo de mineração.
A riqueza da terra atraiu muitos europeus, ficando a população branca a dominar
o país.
Em 1910, a
colónia autônoma se proclamou como Rodésia
do SUL. Em 1953, o Reino Unido,
temeroso da maioria negra, criou a Federação
da Rodésia e Niassalândia, composta pela Rodésia
do Norte (atual Zâmbia), Rodésia do Sul (hoje
Zimbabwe) e a Niassalândia (atual Malawi). Em 1964, o Reino Unido
concedeu a independência à Rodésia do Norte, com o nome de Zâmbia. Mas a Rodésia do Sul se
recusou, a menos que fossem dadas garantias de que o governo seria eleito pelo
sufrágio universal. Um ano depois, o primeiro-ministro da Rodésia do Sul, Ian Smith, declarou unilateralmente a
independência em 11 de novembro de 1965 e promulgou uma nova constituição
através da qual o país adotava o nome de República da Rodésia. Mas a
independência só foi reconhecida quinze anos depois, em 18 de abril de 1980,
com o nome de Zimbabwe.
Em 1969, uma
minoria branca votou em um referendo a favor da república como forma de
governo, a qual só foi declarada no ano seguinte, embora não tenha sido
reconhecida nem pelo Reino Unido nem pela ONU. Em seguida, começou um conflito
sangrento que durou mais de uma década. Em 1979, acordou-se uma trégua (Acordo
de Lancaster House) e, após um ano, a maioria negra pôde votar e ser votada
pela primeira vez em eleições, sendo eleito primeiro-ministro o moderado bispo
Abel Muzorewa, que batizou o país sob o nome de Zimbabwe-Rodésia. Muzorewa
concordou em uma transição, através de um governador britânico, até a
realização de eleições no ano seguinte. A partir daí, o Reino Unido e a ONU reconheceram a independência do
Zimbabwe, que já havia sido declarada quinze anos antes. A União Nacional Africana do Zimbabwe (ZANU) ganhou as eleições.
Em 12 de
agosto de 1984, o ZANU procurou estabelecer um estado socialista. Dois anos
depois, Mugabe anunciou medidas para reprimir os lugares ocupados por brancos
na assembleia. Em 2 de dezembro de 1987, Robert
Mugabe foi nomeado como o
primeiro chefe executivo. Mugabe foi reeleito em março de 1990. Em 1991, o ZANU
oficialmente abandonou seus ideais socialistas, mas promoveu um reforma agrária
que serviu para estatizar grandes propriedades dos brancos. A forma como foi
feita a expropriação tem sido frequentemente considerada controversa, devido à
violência empregada para ocupar tais propriedades. Diferentes organizações
internacionais, grupos independentes de direitos humanos e o partido político maior
de oposição, o Movimento para a
Mudança Democrática, reclamaram sobre a falta de transparência no sistema de
redistribuição das terras. Robert Mugabe continua no poder, desde 1981. Nas
eleições sucessivas desde 1996, a contagem dos votos têm gerado dúvidas na
oposição, tanto a nível interno quanto externo. O governo de Mugabe enfrenta
uma crescente oposição, dada a crise econômica no país. O governo acredita que
a pressão ocidental sobre Mugabe tem sido o resultado do crescimento das
relações económicas com a República
Popular da China e a disputa
entre a República Popular da
China e os Estados Unidos quanto aos recursos minerais do
subsolo do país.
Religião
segundo pesquisas, 80% da população
zimbabueana se consideram cristãos. Protestantes (principalmente seguidores de
igrejas pentecostais africanas) formam cerca de 63% da população. Estimativas
de 2005 contavam cerca de 1.145.000 católicos no Zimbabwe, o que equilaeria a
9% da população. Seguidores de religiões tradicionais africanas, em geral
animistas, comporiam cerca de 11% da população. Aproximadamente 1% seria de
muçulmanos, principalmente imigrantes moçambicanos e malawianos, e
aproximadamente 7% dos zimbabueanos são ateus ou não tem nenhuma religião.
Economia
Dólar zimbabueano de 1983,
atualmente uma nota de Z$ 2 tem apenas valor numismático.
O país
apresentava em fevereiro de 2007 uma inflação anualizada de
aproximadamente 1730%. Dados governamentais de junho de 2007 apontam
uma inflação de 4500%, embora especialistas afirmem que ela já chegou a
aproximadamente 100000%. Em julho de 2008 a inflação oficial chegou a
2 200 000% ao ano, mas estatísticas extraoficiais indicam uma
inflação real de 9 000 000% ao ano.Em 2009, a inflação chegou aos
exorbitantes níves de 98% ao dia.
A hiperinflação destruiu a economia do país, arrasando o setor produtivo.
Nos últimos anos, o Zimbabwe tem diminuído sua produção agrícola.
No início de
abril de 2009, um vídeo filmado
dentro de uma penitenciária do Zimbabwe denunciou a situação precária dos
presos, que vivem em condições subumanas e mostram sinais de desnutrição.
O novo
governo de coalizão formado em fevereiro de 2009 conseguiu algumas melhorias na
economia, incluindo o fim da hiperinflação eliminando o uso do dólar
zimbabueano e o controle de preços. A economia está registrando seu primeiro
crescimento em uma década, mas ainda são necessárias reformas políticas que
permitam um maior crescimento.
O dólar zimbabueano não se encontra em circulação pois foi
suspenso oficialmente pelo governo do Zimbabwe devido à hiperinflação. São
usadas várias moedas: o dólar dos
Estados Unidos (US$), o rand sul-africano (R), o pula do Botswana (P), a libra esterlina (£) e o euro (€). Em termos de transações oficiais do
estado, o dólar dos Estados Unidos é a moeda de referência.
Cultura
Ruínas de
pedras do Grande Zimbabwe,
monumento que deu o nome do país.
Os artistas
são valorizados no Zimbabwe e muitos conseguem viver da atividade no próprio
país. Ao contrário do que acontece em outros países africanos, cujos artistas
muitas vezes são forçados a ir para a Europa.
Nas artes tradicionais são destaques as obras de cerâmica, cestaria, tecidos pintados, joias e esculturas em madeira. A música sempre
foi uma parte importante da vida cultural. Algumas lendas da África são cantadas em coro com a
participação do público, e eventos sociais são realizados com o acompanhamento
de músicas e instrumentos tradicionais como a marimba, o xilofone de madeira,
e o mbira, também
conhecido como o "piano de polegar" e mujejeje, outro instrumento de
percussão.
No país
encontra-se um dos poucos grandes edifícios antigos, feitos pelos nativos da África negra, a cidadela do Grande Zimbabwe, monumento que dá nome
ao país.
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